Série de Sermão dominical: IGREJA! Uma comunidade de Cura
Série
de Sermão dominical:
IGREJA!
Uma comunidade de Cura
Que a mensagem a
respeito de Cristo, em toda a sua riqueza, preencha a vida de vocês. Ensinem e
aconselhem uns aos outros com toda a sabedoria. Cantem a Deus salmos, hinos e
cânticos espirituais com o coração agradecido (Col 3.16 NVT).
Aproveitem ao máximo todas as
oportunidades nestes dias maus. Não ajam de forma impensada, mas procurem
entender a vontade do Senhor. Não se embriaguem com vinho, pois ele os levará
ao descontrole. Em vez disso, sejam cheios do Espírito, cantando salmos, hinos
e cânticos espirituais entre si e louvando o Senhor de coração com música (Ef
5.16-19 NVT).
A igreja como foi pensada
por Jesus, tem em sua natureza a finalidade de tratar de soluções. Ela deve ser
o ponto de equilíbrio em um mundo desajustado, de conflitos mal resolvidos,
famílias desestruturadas, desilusões, vícios... Ela nunca deixará de ser
importante para o homem seja em qual época que este estiver. Ela não é
irrelevante e não deixou de ser a voz profética que denuncia o erro que o
ser-humano tem cometido de viver um estilo de vida que não condiz com o ideal
de Deus, erro este que destrói a dignidade humana, que gera competição
desigual, que valoriza mais o ter do que o ser, o egoísmo e a falta de compaixão.
É neste campo fértil que a Igreja precisa frutificar, mas, para que isso
aconteça ela precisa viver e conviver
sob a orientação do Espírito Santo, tendo sempre como modelo, Cristo, ele é o
centro da igreja e nunca deixará de ser. Ele é a salvação e a solução e é
por vivermos nEle que podemos dizer às pessoas que aqui (igreja) há solução. Precisamos
como Igreja desenvolver uma cultura de cura, nos enxergarmos como agentes de
cura e apoio no Reino de Deus. A igreja precisa se tornar o lugar onde as
pessoas são curadas, onde poderão encontrar o sentido da vida, de
pertencimento, de preocupação um com o outro. Deus espera que façamos de nossa
comunidade um lugar de novas perspectivas para solucionar os problemas que a
vida nos entrega.
a. Precisamos nos esforçar para que o
estilo do mundo de viver não entre em nosso meio
Vivemos
um tempo que muitas feridas são abertas em nós, é o abandono, a incompreensão,
a falta de tempo e de atenção. Muitas pessoas e talvez a maioria delas chegam à
igreja acreditando ser ela o último caminho para tratar suas síndromes que tem
origem num coração longe de Deus. Não encontram satisfação em nenhum lugar,
isso porque o problema é um vazio que só Deus pode preencher. A igreja então
deverá ser o caminho do aprendizado em que as pessoas aprenderão a viver do
modo que Jesus sempre sonhou para elas “Porque eu
sei os
planos que tenho para
vocês”, diz o Senhor. “São planos de bem, e não de mal, para lhes dar o futuro
pelo qual anseiam” (Jr 29.11 NVT). Vamos então como
igreja, ensiná-las a trilhar esta jornada com Jesus e os irmãos, deixar aquilo
que não devemos carregar “culpas, pecados, complexos e assumir o fardo de Jesus,
“Logo, todo
aquele que está em Cristo se tornou nova criação. A velha vida acabou, e uma
nova vida teve início! E tudo isso vem de Deus, aquele que nos trouxe de volta
para si por meio de Cristo e nos encarregou de reconciliar outros com ele” (2
Co 5. 17-18), veja o que essa nova relação de Paulo com
Cristo realizou em sua vida, ela causou uma revolução na perspectiva de vida de
Paulo, o que o motivava agora era o amor
de Cristo pelas pessoas, a aparência e as distinções exteriores não fazem
parte mais da sua avaliação dos outros. Ele passa de uma vida centrada nos
interesses próprios para a vida entregue pelos outros (v.18). Precisamos olhar
para nós e perguntar: O que o relacionamento com Jesus mudou em minha vida no
que diz respeito ao relacionamento com meu próximo, meu irmão?... O
relacionamento com Jesus não muda somente a gente, muda o nosso relacionamento
com as pessoas. É preciso entender que o pecado sempre ameaça a comunhão dos
crentes
De onde vêm as discussões e brigas em
seu meio? Acaso não procedem dos prazeres que guerreiam dentro de vocês?2 Querem
o que não têm, e até matam para consegui-lo. Invejam o que outros possuem,
lutam e fazem guerra para tomar deles. E, no entanto, não têm o que desejam
porque não pedem.3 E, quando pedem, não recebem, pois seus motivos são errados; pedem
apenas o que lhes dará prazer (Tg 4. 1-2).
Que o nosso modo de viver
na igreja e como igreja seja contrário ao mundo, não se preocupe com aqueles
que não querem mudar, seja você a mudança que Deus precisa para que tenhamos
uma igreja mais SANTA, mais ESPIRITUAL, mais parecida com o IDEAL de Jesus para
o seu povo.
b.
Precisaremos trilhar o caminho do
Perdão
“Por isso o reino dos céus é semelhante
a um rei, que resolveu ajustar contas com os seus servos. E passando a fazê-lo,
trouxeram-lhe um que devia dez mil talentos. Não tendo ele, porém, com que
pagar, ordenou o seu senhor que fosse vendido ele, a mulher, os filhos e tudo
quanto possuía, e que a dívida fosse paga. Então o servo, prostrando-se
reverente, rogou: Sê paciente comigo e tudo te pagarei. E o senhor daquele
servo, compadecendo-se, mandou-o embora, e perdoou-lhe a dívida. Saindo, porém,
aquele servo, encontrou um dos seus conservos que lhe devia cem denários; e,
agarrando-o, o sufocava, dizendo: paga-me o que me deves. Então o seu conservo,
caindo-lhe aos pés, lhe implorava: Sê paciente comigo e te pagarei. Ele,
entretanto, não quis; antes, indo-se, o lançou na prisão, até que saldasse a
dívida. Vendo os seus companheiros o que havia se passado, entristeceram-se
muito, e foram relatar ao seu senhor tudo o que acontecera. Então seu senhor,
chamando-o, lhe disse: Servo malvado, perdoei-te aquela dívida toda porque me
suplicaste; não devias tu, igualmente, compadecer-te do teu conservo, como
também eu me compadeci de ti? E, indignando-se, o seu senhor o entregou aos
verdugos, até que pagasse toda a dívida. Assim também o meu Pai celeste vos
fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão”. (Mateus 18.23-35)
A igreja
precisa aprender a ser uma comunidade do perdão. A parábola contada por Jesus
nos ensina que “os homens que
experimentaram o perdão de Deus são obrigados a perdoar os outros”, este é
o padrão do Reino dos céus. O perdão (ou a falta dele) faz muita diferença em
nossas vidas: Quando nos negamos a perdoar interrompemos o fluxo da graça de
Deus em nossa vida “Porque se perdoardes aos homens as suas ofensas, também
vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens as suas
ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas” (Mateus 6.14,15).
Aqueles que não aprenderam a trilhar o caminho do perdão
estão presos em angústias, depressão e enfermidades. O que Jesus disse no texto
acima é o que muitas pessoas estão vivendo na realidade “E, indignando-se, o
seu senhor o entregou aos verdugos, até que pagasse toda a dívida”. A palavra verdugo significa “torturador”. Elas estão sendo torturadas
pela mágoa, “o ressentimento é o mesmo que
você tomar diariamente um pouco de veneno, esperando que quem te magoou venha a
morrer. A falta de perdão produz dano maior em quem está ferido do que naquele
que feriu”. O perdão faz bem a nós mesmos, cicatriza feridas
emocionais, espirituais e psicológicas possibilitando a paz de Jesus fluir em
nossas vidas.
Além
disso, a falta de perdão não prejudica somente a gente, mas também, a nossa
comunidade. Quando deixamos de perdoar, o diabo se aproveita desta situação “A quem perdoais alguma
cousa, também eu perdôo; porque de fato o que tenho perdoado, se alguma cousa
tenho perdoado, por causa de vós o fiz na presença de Cristo, para que Satanás
não alcance vantagem sobre nós, pois não lhe ignoramos os desígnios” (2
Coríntios 2.10,11). Paulo afirma que por saber
como o diabo age, ele não poderia deixar de perdoar. Precisamos reconhecer que
só quem ganha com a falta do perdão é o diabo, porque ele passa a ter
autoridade na vida de quem decide alimentar o ressentimento. “O perdão
não é simplesmente um ato aleatório; é uma atitude permanente” (Martin Luther
King Júnior). A bíblia nos ensina a não dar lugar ao diabo
(Efésios 4.27).
O que
fazer então, diante de uma tarefa tão difícil? É preciso recorrer a Jesus. Os
discípulos também perceberam está dificuldade “Acautelai-vos. Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; se
ele se arrepender, perdoa-lhe. Se por sete vezes no dia pecar contra ti, e sete
vezes vier ter contigo, dizendo: Estou arrependido, perdoa-lhe. Então disseram
os apóstolos ao Senhor: Aumenta-nos a fé”. (Lucas 17.3-5)
Em alguns
momentos da vida, Deus nos pede mais do que aquilo que podemos dar, quando isso
acontece, ele nos socorre dispensando a sua graça sobre a nossa vida, nos
capacitando a se tornar cada dia mais semelhante ao seu filho Jesus Cristo.
c.
Precisamos deixar de
lado uma vida de INDIFERENÇA
Como é bom e agradável quando os irmãos vivem em união! Pois a união é
preciosa como o óleo da unção, que era derramado sobre a cabeça de Arão e
descia por sua barba, até a bainha de suas vestes. É revigorante como o orvalho
do monte Hermom que desce sobre os montes de Sião. Ali o Senhor pronuncia sua
bênção e dá vida para sempre (Salmo 133
NVT).
Indiferença
significa que a pessoa tem falta de interesse ou preocupação para com certa
coisa, que ela não lhe é de significância ou importância. Até mesmo dentro da congregação cristã
podemos ser provados pela indiferença de outros. Às vezes há pessoas que
deixaram seu amor original pela verdade esfriar ao ponto em que sua atividade
cristã não é mais nem estimulantemente quente, nem revigorantemente fria, mas é
morna. Tornaram-se semelhantes à congregação de Laodicéia, que não se
preocupava com a sua comissão da parte de Deus e com as verdades vitalizadoras
que lhes dava.
Este Salmo nos mostra a excelência da
união fraternal (Relação que ocorre entre pessoas unidas como irmãos. Que
revela ou mostra consideração, afeição ou amizade...).
Davi expressa sua alegria pela reunião
como uma só família. Ele se utiliza de duas figuras conhecidas de sua época:
· O
Óleo da unção – O Sacerdote era ungido para sua vocação de conservar o povo na
comunhão com Deus, portanto, na verdadeira união.
· O
orvalho – Naquelas regiões o orvalho fazia os campos florescerem e produzir
boas ceifas.
No óleo da unção
havia composições medicinais (árvore de Acássia) e perfume.
O orvalho tirava a
aridez da terra fazendo florescer.
Para que isso
aconteça é necessário que haja entre os irmãos:
a. Altruísmo e consideração uns pelos
outros; Filipenses 2:3 NVT “Não
sejam egoístas, nem tentem impressionar ninguém. Sejam humildes e considerem os
outros mais importantes que vocês”. Faça das pessoas
uma prioridade. Aceite o seu lugar no plano dele. Dê logo seu aplauso. E acima
de tudo, considere os outros mais importantes do que si mesmo.
b. Tolerância das
convicções dos outros;
Aceitem os que
são fracos na fé e não discutam sobre as opiniões deles acerca do que é certo
ou errado. 2 Por
exemplo, um irmão crê que não é errado comer qualquer coisa. Outro, porém, que
é mais fraco, come somente legumes e verduras. 3 Quem se sente à vontade
para comer de tudo não deve desprezar quem não o faz. E quem não come certos
alimentos não deve condenar quem o faz, pois Deus os aceitou. 4 Quem são vocês para
condenar os servos de outra pessoa? O senhor deles julgará se estão em pé ou se
caíram. E, com a ajuda de Deus, ficarão em pé e receberão a aprovação dele (Rm
14. 1-4NVT).
Neste
texto, Paulo mostra componentes gerais
da “boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm
12.2NVI)
que devem caracterizar os cristãos cuja mente está sendo renovada pelo poder do
evangelho. Ele insiste em que os fortes aceitem seus irmãos mais fracos (Rm
14.1; 15.7), isso tinha o objetivo de promover a unidade e evitar ferir a fé
dos fracos. Os fracos também devem deixar de condenar os fortes e aceita-los
como irmãos (Rm 14. 3,13). Estas questões “adiaphora”=coisas indiferentes estão
no campo de questões das quais os cristãos comprometidos e sinceros podem
discordar. O objetivo do apóstolo era promover a unidade da igreja exortando à
tolerância de um para com o outro nessas questões.
c. Simpatia para com os interesses dos outros; A
Parábola do Bom Samaritano (Lc 10. 25-37) Simpatia é um sentimento de
afinidade que atrai e identifica as pessoas, é uma sensação espontânea que leva o
indivíduo a estabelecer uma harmonia com o outro, permitindo a criação de laços
de amizade.
d. Amor fraternal por
todos pertencerem a mesma família. “Um novo mandamento vos dou: Que vos
ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós.” João 13:34
d.
Precisaremos trilhar o caminho do
Cuidado
A igreja
precisa aprender a ser comunidade do cuidado. Do cuidado físico, psicológico, emocional e espiritual. Uma das
coisas que percebemos no relato de Gênesis entre Caim e Abel é que Caim
desejava viver sua vida e seu culto sem se preocupar com seu irmão. Ele tinha
seus interesses próprios, tanto é que estava tão focado em si, que se preocupou
tanto com o sacrifício de seu irmão. Quando Deus o procura para saber de Abel
ele diz “por acaso sou eu guardador de
meu irmão?” (Gn 4:9). A filosofia que o mundo prega é “cada um por si Deus
por todos”, essa filosofia não serve para a igreja de Cristo. Paulo vai dizer “Carregai as cargas uns dos outros e então
cumprireis a Lei de Cristo” (Gl 6.2). Para cuidar do outro, precisamos em
alguns momentos renunciar a nós mesmos. O caminho de Cristo não é fácil porque
ele exigi renúncia, mas devemos nos esforçar para que a cada dia sejamos
semelhantes a Ele. No texto de Gálatas
6.2 Paulo transmiti a ideia de que “um forte espírito de ajuda deve ser
predominante na comunidade”. A palavra “fardo” (baros/barh acento
agudo no a) é principalmente associada com “pressão” ou
“peso”, se refere a pressões e provações que todos nós enfrentamos neste mundo
(cbp, p. 1184/pdf 1194). O que devemos fazer diante desta realidade? Precisamos
estar sensíveis às dificuldades que os outros possam estar enfrentando “Se uma parte sofre, todas as outras sofrem
com ela, e se uma parte é honrada, todas as outras com ela se alegram” (I Co
12.26 NVI). Quando Paulo fala sobre esta responsabilidade ele se direciona
a um grupo de pessoas em específico “Vós
que sois espirituais” (GL 6.1) dando a entender quem está qualificado a
cumprir esta tarefa, “os espirituais” aqueles que evidenciam o fruto do
Espírito (GL 5.22) em todas as ocasiões da vida. Este tipo de atitude
espiritual deveria caracterizar toda a comunidade. Como discípulos de Cristo,
ainda temos uma Lei a cumprir, a Lei de Cristo.
Vocês ouviram o que foi dito: 'Ame o seu próximo' e odeie o seu inimigo.
Eu, porém, lhes digo: amem os seus inimigos e orem por quem os persegue. Desse
modo, vocês agirão como verdadeiros filhos de seu Pai, que está no céu (Mt 5.43
NVT).
Pois toda a lei pode ser resumida neste único
mandamento: “Ame o seu próximo como a si mesmo [...] (GL 5.14 NVT).
Jesus respondeu: “‘Ame o Senhor, seu Deus, de todo
o seu coração, de toda a sua alma e de toda a sua mente’.[a] 38 Este é o
primeiro e o maior mandamento. 39 O segundo é igualmente importante: ‘Ame o seu
próximo como a si mesmo’ (Mt 22. 37-39 NVT).
A Lei de
Cristo não é um conjunto de regras e sim “um princípio de amor que deve
envolver e guiar todos os aspectos da igreja” (cbp, p. 1184). Ela só pode ser
cumprida no PODER DO ESPÍRITO quando servimos mutuamente na comunhão da Igreja.
Isso não será pesado, a Lei de Cristo é possível de cumprir “Porque nisto consiste o amor a Deus: obedecer aos
seus mandamentos. E os seus mandamentos não são pesados” (I Jo 5.3 NVI).
Comece
hoje mesmo a atender a voz do Espírito: Encontre alguém para orar por ele e com
ele. Encontre alguém para discipular e orientar.
BRUCE, F.F Comentário
Bíblico Bruce Antigo e Novo Testamento. 2°ed. São Paulo: Editora Vida, 2012.
CARSON, D.A Comentário
Bíblico Vida Nova. São Paulo: Vida Nova, 2009.
HARRISON, E.F Comentário
Bíblico Moody. 2°ed – São Paulo: Batista Regular do Brasil, 2017.
WIERSB, VOL 5. Comentário
Bíblico
Bíblias ACF,NVI,NVT
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