MINISTÉRIO. UMA QUESTÃO DE MORTE E VIDA

Vidin, Bulgaria, Fortress, Baba Vida
Os Desafios a serem enfrentados pela igreja sempre foram grandes e não seria diferente em nosso tempo. Somos pressionados de várias formas e de todos os lados. As demandas que se impõe diante de nós como ministros de Cristo, são muitas e variadas. Isso porque estamos lidando com pessoas e pessoas são diferentes umas das outras. Elas carregam expectativas que esperam sejam realizadas em nós e que na maioria das vezes não podem ser. Paulo conhecia muito bem essa situação, ele fora desafiado em seu ministério; alguns diziam que por carta ele era forte, mas sua presença era fraca e sua palavra, desprezível “Porque as suas cartas, dizem, são graves e fortes, mas a presença do corpo é fraca e a palavra, desprezível” (2Co 10.10), ele tivera seu apostolado questionado “Porque penso que em nada fui inferior aos mais excelentes apóstolos” (2Co 11.4). Paulo conhecia as dores do ministério.
Quando Ele escreve essa carta a Timóteo, se encontrava preso, percebe que o seu fim está próximo, preocupado com o ministério de Timóteo, Paulo traz a ele uma série de incumbências.
Essa troca de ideías sobre MINISTÉRIO atinge o seu ápice nessa carta, porque nela Paulo está sentindo a proximidade da morte. A perseguição de Nero estava atingindo o seu ponto mais alto e ele sabia qual seria o seu fim. Há nessa carta uma atmosfera de MORTE mas também uma atmosfera de VIDA
Porque EU já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida está próximo (4.6)
Mas tu sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério (4.5).
Percebemos a visão ampla de Paulo em relação à igreja demonstrada em parte na sua preocupação por aqueles que darão continuidade à obra de Deus. Para Ele não era apenas uma questão do que ele fizera, mas também o que os outros iriam fazer; não era só uma questão de como ele tinha enfrentado os desafios, mas também de como os outros deveriam enfrentar.
Ele tinha consciência de sua morte, mas também sabia que a igreja permaneceria viva. Ela existia antes dele e continuaria a existir depois. 
Mesmo no caminho da MORTE Paulo se via empolgado pelo trabalho que seria realizado por outros. De certa forma o seu trabalho continuaria, não nele, mas naqueles que ele investira, não só o tempo, mas orações constantes [...] porque sem cessar faço memória de ti nas minhas orações, noite e dia [...] (1.3).
É nesse TOM que Paulo se direciona a seu amado filho Timóteo:
Um filho que tinha muitas dificuldades em liderar. Do ponto de vista da liderança humana, Timóteo não seria a pessoa mais qualificada a assumir uma posição de grande responsabilidade.

Paulo sabia as deficiências que Timóteo enfrentava:
Ele não era um apóstolo como Paulo
Ele não era um super evangelista
Ele era relativamente jovem (I Tm 4.12;2Tm 2.22)
Ele era propenso a doença ( ITm 5.23)
Ele era de temperamento tímido (2Tm 1.7)
Mesmo sendo de estrutura física fraca e de disposição tímida, Paulo confiara a responsabilidade da igreja a ele. Havia algo em Timóteo que aquecia o coração de Paulo: “a fé sincera” = genuína/sem hipocrisia (alguns estudiosos vão dizer que Paulo está se referindo a fidelidade de Timóteo”a Cristo, a Paulo e a seu ministério”). Se existi algo no nosso ministério que nos ajuda a aliviar a pressão é saber que podemos contar com cooperadores leais.
Paulo quer encorajar essa lealdade de seu filho .. “trazendo à memória a fé não fingida que em ti há [...] (v.5).
Essa FÉ é o trampolim para as orientações que conservaria acessa a chama  do ministério de Timóteo
1º Paulo demonstra e faz lembrado a Timóteo que quando Deus nos chama para um ministério especial, Ele nos dota de recursos espirituais apropriados.
Timóteo se encontrava numa posição não muito confortável, até o presente momento ele estivera por mais de 15 anos como fiel companheiro de Paulo, viajara com ele a maior parte da 2ª e 3ª viagem de Paulo. Fora delegado apostólico a diversas missões especiais como em Tessalônica e Corinto (I Ts 3.1 e ICo 4.17). No entanto, agora, fardos mais pesados estavam por cair sobre seus ombros e em escala bem maior. Ele precisaria assumir as pesadas responsabilidades de liderança na igreja.
“Por este motivo, te lembro que despertes o dom de Deus, que existi em Ti pela imposição das minhas mãos” (1.6)
O homem não é somente o que ele recebe dos pais, amigos e mestres, mas também o que Deus mesmo faz dele.
“Desperte seu dom espiritual”= Aqui é como se Paulo estivesse dizendo a Timóteo “Agora é o momento; a situação exige que você faça pleno uso do dom de Deus.
 Era a hora de Timóteo acrescentar seu esforço à graça de Deus  “Mas pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça para comigo não foi vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus, que está comigo” (I Co 15.10).
Na primeira carta Paulo havia pedido a Timóteo que não se fizesse negligente com o dom que havia recebido “Não desprezes o dom que há em ti, o qual foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério” (4.14).
Segundo nos dá a entender a exortação de Paulo é para que Timóteo continue soprando, para atiçar aquele fogo interior, para conservá-lo vivo, até inflamar: “anazopureo” reacender= o prefixo “ana” pode significar tanto “aumentar o fogo ou tornar reacende-lo”; isso acontece pelo exercício fiel do dom e pela súplica constante por renovação.

2º Os recursos para seu ministério deveriam ser procurados na natureza de Cristo e não na sua.
Portanto, não te envergonhes do testemunho de nosso Senhor, nem de mim, que sou prisioneiro seu; antes, participa das aflições do evangelho, segundo o poder de Deus, que nos salvou e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos dos séculos, e que é manifesta, agora, pela aparição de nosso Salvador Jesus Cristo, o qual aboliu a morte e trouxe à luz a vida e a incorrupção, pelo evangelho” (1.8-10)
Paulo não está falando para Timóteo participar de seu sofrimento a favor de seu projeto, de seus interesses, mas sim, a favor do Evangelho, e ele diz “segundo o poder de Deus”. Dunamin teou= a função sintática da frase “caso ablativo”: tem idéia fundamental de origem, separação, derivação ou ponto de partida.
“O Poder vem de Deus”. O que Paulo está dizendo é que Timóteo seja fortalecido interiormente por meio da graça de Deus que está em Cristo Jesus.
Dependemos da graça de Deus para a Salvação, mas também para o serviço. “que nos salvou e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos dos séculos” (1.9).

3º Timóteo é exortado a ser diferente ( 3.10,14)
Essa intenção de Paulo é entendida pela expressão “Tu, porém” usada nesses versículos.
“Tú, porém, tens seguido a minha doutrina, modo de viver, intenção, fé, longanimidade, caridade, paciência”
“Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido”
*Ele não deve se submeter as pressões da opinião pública, ou conformar-se ao espírito de sua época, mas deve permanecer firme na verdade e na justiça de Deus.
O caminho para que Timóteo exercesse essa resistência era “Toda Escritura divinamente inspirada”
Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra” (3.16,17).
O que Paulo está dizendo aqui é que.. quando essa Escritura é efetivamente aplicada no ministério, as demandas serão supridas
Aqui, Paulo enumera Quatro aspectos para que Timóteo mantenha um ministério que produz vida:
1º “para ensinar” = instruir no evangelho
2º “para redarguir” = expor os erros
3º “para corrigir” = redirecionar o comportamento errado
4º “para instruir em justiça = nutrir os crentes em santidade
Mas, não é só uma questão do que a Escritura faz, mas também do que nós devemos fazer: Paulo então enumera também quatro ordens que contrastam com a obra dos falsos mestres (4.5):
1º “Sê sóbrio em tudo” = esteja alerta; preste atenção ao que está acontecendo ao seu redor, procurando trabalhar com tranquilidade e objetividade.
2º “Sofra as aflições” =
3º “Faça a obra de um Evangelista” = Continue pregando a mensagem
4º “Cumpre o Teu Ministério” = ou seja, cumpra sua responsabilidade ministerial da melhor maneira possível.

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